A ansiedade tomou conta de mim. Acordava a cada meia hora para verificar que o celular estava funcionando e que não tinha despertado pelo simples fato de ainda ser cedo demais. Queria ter acordado apenas as 8:45 mas como estava agitado e o Jaspion Aposentado que dormia no andar de cima do beliche resolveu acordar antes o meu sono foi pro espaço. Entretanto, foi bom, pois de tanto ver as horas no celular, acabou a bateria, e eram DOIS celulares.
Larguei mão de ficar na cama e toquei o barco. Banho tomado, mochila nas costas e metrô. No caminho me deparei com algo que encheu os olhos. O Bryant Park, muito verde, uma fonte e pessoas sentadas apreciando o solzinho desse quase começo de verão.
Como ainda estava no albergue saí para o trabalho sem um café da manhã. Pensei comigo, vai ser o dia do primeiro Starbucks. Há cerca de 10 metros da agência existe um, e lá fui eu todo pimpão pedir meu Tall Latte, café com leite básico, tamanho pequeno, quem não está acostumado imagina que NY é a irmã caçula de Itú.
Passei pelas portas giratórias da agência em posse de meu café e da minha carteirinha de estagiário da agência, ainda do estágio feito no inverno (daqui). Mostrei cheio de orgulho, mas os seguranças nem deram bola. Segui para o nono andar, e no caminho pensei comigo: "Poxa, pena que não é segunda-feira, o dia que servem bagles (uma pseudo rosquinha sem açucar, quase como um pão) e patês... Mas ei, ontem era feriado, então sim vai ter hoje." E não deu outra.
Pouco tempo depois do desjejum chegou a minha supervisora e aí que tudo começou. Em que conta trabalhar? Surgiram como opções Colgate e Danone, ambas que eu havia trabalhado anteriormente, mas nada ficou certo, alguém que precisava ser contactado não estava na agência naquele momento, restou a este jovem publicitário aventureiro esperar.
Passaram 1, 2 horas... Mandava mensagens, ligava para casa e acessava a internet, tudo no celular, pois não tinha recebido ainda uma mesa. Eis que fui almoçar, numa café/restaurante perto da agência onde já havia comido uma vez e sabia ser razoável, Café Charlie na 40th Street perto da Madison Avenue. Me aventurei no buffet, que estava com uma cara boa, mas quem vê cara não vê coração e nem sabe que o molho especial que o chef fez é doce e ruim pracaramba. Fim das contas comi só meio prato. Aviso: Quem não curte comida agridoce não se aventure em comidas americanas sem saber do que se trata.
De volta a agência e de volta à espera. Já eram 5 da tarde e nada da abençoada pessoa aparecer, mas antes de ir embora surgiu a opção de vir a trabalhar na conta da Barilla. Amanhão o resultado.
Próximo passo: Mudança.
Voltei ao albergue, peguei minhas malas, detalhe o Jaspion Aposentado tinha vazado, e toquei sentido ao metrô. Aqui sim o desespero chegou. Ao colocar os pés na rua a chuva começou e duas quadras de subida íngrime com mais de 35kg de bagagem. As dores eram muitas, dica, pague um táxi, não vale o sofrimento. Desce escadaria do metrô, depois sobe escadaria pra trocar de trem, desce mais uma vez, e desce de novo. Cheguei enfim à casa, moído, mas com coisas ainda para serem feitas.
Malas largadas em casa, hora de comprar comida. Mercado há uma quadra. Enchi o carrinho, mas faltou uma coisa essencial, cerveja, vou amanhã comprar, pois quero diversos tipos e neste mercado só tinha caixas. To pagando a compra e a mulher pergunta se eu queria que entregassem, que só pagaria uma gorjeta. Pensei: "Pouts, vai fácil uns 5ão, é só uma quadra, vou eu mesmo levar, não pode estar tão pesado assim." PUTAQUEPARIU. Crianças, não sejam mão de vacas como eu fui, paga 5ão pro piá do mercado e não se mate trazendo compras pesadas pra casa.
Ajeitei tudo, fiz meu primeiro almoço do dia seguinte, janta básica e chega. Cama improvisada, preciso comprar uma ainda. E amanhã tem mais. Com boas novas de preferência.
Inté.
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