segunda-feira, 31 de maio de 2010

Último Dia de Preparativos

O segundo dia de preparativos começou tarde.

Acredito ainda não ter aprendido direito como utilizar o novo celular e seu despertador, resultado: acordei era quase meio-dia.

Sem perder muito tempo voltei à caça ao apartamento. Sem nenhuma notícia no meu e-mail tratei de recomeçar as pesquisas. Como de costume muita coisa aparece mas nem tudo é interessante, ou muito caro, ou muito pequeno, longe de metrô e por aí adiante.

Alguns e-mails enviados e algumas ligações. Dentre elas uma guria recusou a minha procura, pois para homens ela apenas alugaria por no máximo dois meses. O desespero começa a chegar, você está num outro país, uma cidade maluca, sem muitas pessoas a recorrer, você procura casa em bairros antes inimagináveis. Harlem, não é um bairro com uma fama das melhores. Mas lá fui eu, consegui marcar de ver um apartamento, preço interessante.

Antes de ver o apartamento precisava almoçar, estava certo que comeria mais um saboroso subway, quando no caminho me deparo com uma lanchonetezinha, mais natural, com macarrão a preço de fast food. Não deu outra.


(Macarrão Tricolori, Molho Alfredo, Frango, Tomate Seco, Brocoli, Cogumelo e Queijo Parmesão)

Fato: caí numa propaganda enganosa. As fotos que o cara do apartamento havia colocado no site eram todas antigas, metade das mobilias haviam sumido e o quarto que tinha uma cama de casal tinha apenas uma de solteiro, sem mencionar o valor que ele queria, nada de negócio feito.

De volta ao albergue recebo uma dica de uma amiga aqui, passando o telefone de um cara que estava deixando o ape e que precisava de alguém pra ocupar o quarto. Havia também achado um outro apartamento, bem interessante, com diversos diferenciais. Mandei mensagem, e-mail e liguei, mas nada.

Restou visitar o apartamento que havia chego por indicação. Inquilina principal é brasileira, o que facilita tudo. Ao chegar na casa olhei e pensei: Pouts, total Família Adams. Mas aparências enganam, o apartamento, no segundo andar, é totalmente excelente. Banheiro bom, cozinha boa, sala com varios sofás e o melhor, quarto grande. Preço melhor, perto do metrô, mercados, lavanderia e etc. No começo fiquei pensando, pensando, mas acabei topando. A mudança fica para amanhã.

Para finalizar o dia, jantar num buffet brasileiro perto da nova casa, até feijão tropeiro e guaraná antártica rolou.

Para amanhã restará trabalhar, descobrir de qual equipe farei parte e me mudar.

Preciso comprar uma cama box, alguém quer vender uma usada?




Foto do grupinho do metrô tocando Beatles.

Etapa 0

NY 540 será um veículo de comunicação a respeito dessa minha jornada em NY.

(Para quem chegou tarde: Vim para New York no fim de maio, pra ser mais preciso ontem, dia 30/05/10. Vou fazer um programa de Trainee de 18 meses na Agência de Publicidade Young & Rubicam NY, no setor de atendimento.)

Despedida:

Estranha eu diria. Diversos encontros e desencontros. Aperto no peito, nó na garganta, vazio e um peso muito grande de saber o desafio de viver sozinho que viria pela frente.


Voo:

Pela correria que foi tirar o visto, e confirmar que estava tudo certo na agência e algumas dúvidas do próprio visto acabei fechando a compra da passagem 1 dia antes da viagem, resultado: Escala Extra. O voo que deveria ir direto de SP pra NY acabou sendo SP - Miami - NY. Avião velho, década de 90 fácil, sem telinhas individuais, sem filmes individuais, apenas 1 filme velho e nada famoso. Como se não bastasse. Num raio de 2 fileiras, TRÊS diabinhos em forma de bebês. Choro, pulos, gritos ao CUBO. Mas enfim depois de quase 24 horas entre voos e aeroporto cheguei ao destino.

Chegada:


Tudo estava muito tranquilo assim que cheguei. Nenhuma bagagem estraviada, sem atrasos. Eis que pego o Air Train (Trem que liga o aeroporto ao metrô), estou comprando o ticket (paga-se na saída neste caso) e toca o alarme de incêndio ou algo do gênero que precisa dos Super Bombeiros. Catracas liberadas e o cartão reservado pra próxima vez que precisar usar. Só que o problema não era esse, afinal, chegar em NY e economizar 5 doletas de cara é ótimo. O metrô estava fora de funcionamento, ou seja, subir escadas e pegar o busão, que após um tempo deixava em outra entrada do metrô. Mais escadas. Troca de metrô, mais escadas. Aleluia, cheguei na estação que precisava, mais escadas.

Albergue:



Saio da estação de ski e localizo a rua em que fica o albergue, rua 95, mas eis a dúvida: Pra que lado? Esquerda ou direita? Fui pra esquerda e só precisei de uns 15 metros pra notar que tinha errado, meia volta e nesse ponto minhas mãos já berravam de dor de puxar as malas. Procurava pelo número 330 que nunca chegava, vi o 316 e depois o 336, pensei: UADAFÛQUI?! Voltei uns poucos passos e lá estava o 330W 95th street. Chego na recepção ofegante, suado e cansado e não pude fazer o check in por causa do horário. Malditas pessoas que não sabem que as vezes você pode usar o jeitinho brasileiro.

Primeiras Providências.

Consegui um espaço para deixar a bagagem. No lobby acessei o vireless do albergue para achar alguns endereços próximos, precisava comprar um celular e também almoçar. Achados os endereços coloquei o pé na estrada. Celular comprado e primeira ligação para casa contando as notícias e um subway de almôndegas de almoço. De volta ao albergue intensifiquei as pesquisas por casa e fiz algumas ligações. Consegui marcar umas visitas a apartamentos e falar com várias pessoas na internet.

De Volta:

Voltei ao bar brasileiro que trabalhei entre dezembro e março quando estive aqui. Pessoas novas trabalhando lá. Nome e telefones deixados para eventuais bicos e até uma ajuda, uma oferta de apartamento que está sendo avaliada. Logo depois fui visitar outro apartamento, longe, de noite, com pessoas estranhas caminhando na rua, mas incrível que mesmo assim NY é segura. O apartamento era bom, quarto bem grande, cama de casal, sala confortável e cozinha com apetrechos que nunca tinha visto, mas para chegar até o apartamento era uma bela caminhada do metrô, ficou em stand by.

Primeira Noite:

Muitos minutos depois de ter pego o metrô voltei para a região do albergue, e agora a caça era por comida. Fui direto ao subway, mas estava fechado, infelizmente restou o McDonalds, até pensei "Se estiverem com os lanches da copa será interessante", mas não foi o caso, o bom e velho Big Mac foi meu lanchinho noturno. De volta ao albergue, aquele banho para relaxar e cama, algumas horas mais no computador pesquisando apartamentos e no msn, além de ter que aturar o Japa fedido e roncador que divide o quarto comigo. Sim, o albergue é bom, apesar de ter apenas 1 banheiro para várias pessoas, o quarto é dividido apenas com 1 pessoa. Cama, dormir, descansar e sonhar.

PS: Na estação do metrô tava rolando uma bandinha muito massa tocando Beatles.